quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

No deserto da cidade





No deserto da cidade
onde tenho de viver,
se cabra cega me perco
cabra cega me liberto
desta penumbra lenta
que meu olhar entreva.
Venham mãos de sol
desvendar a sombra
das paredes que me abrigam,
braços de fogo devassar
as areias movediças
deste tempo sonolento
que lentamente me devora.