terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Para quando o poema da emoção





Para quando o poema da emoção
que corra livre, sem ser pensado,
como o ritmo da vida, desejado?
Para quê rimas certas, meditadas
num mosaico de palavras, buriladas?
O poema não é fria arquitectura,
mas delírio, fogo, aventura
e a palavra corre como um rio
pelas campinas do tempo.
O poema é vento que desperta
o sono frágil das gaivotas,
grito de amor e de guerra
que a noite desalinha.
É um rio de palavras repentinas
sem leito que as detenha
nem mar para onde navegar